O “armário” da universidade: o silêncio institucional e a violência, entre a espetacularização e a vivência cotidiana dos preconceitos sexuais e de gênero
Resumo
Este artigo tem por objetivo discutir como a Universidade, uma instituição que historicamente assumiu a função social de formação das elites, engendra mecanismos de regulação social que (re)produzem as hierarquias sexuais e de gênero. Tomaremos a metáfora do armário, discutida por Eve K. Sedgwick, para analisar práticas ritualizadas que ocorrem cotidianamente neste contexto. A partir de observações do cotidiano e narrativas de experiências de estudantes e professoras(es) de uma das mais importantes Universidades Públicas do País, analisamos as maneiras por meio das quais a violência é utilizada como uma forma de regulação das expressões de gênero e da sexualidade. A análise indica que a violência emerge de maneira mais espetacularizada no contexto das calouradas e das práticas do “trote”, mas está sistematicamente presente nas formas mais cotidianas da demarcação dos espaços, nos quais é possível ou não falar das sexualidades não heterossexuais. A articulação dessas formas de violência constrói um ambiente heteronormativo e heterossexista que (re)produz e atualiza hierarquias e desigualdades sociais.
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