Movimentos sociais, riscos e novas tecnologias: ensaio sobre as disparidades no processo de politização

Jorge Luiz dos Santos Junior, Biancca Scarpeline de Castro, Fátima Portilho

Resumo


Neste artigo apresentamos e analisamos o posicionamento de alguns movimentos e organizações sociais brasileiros em relação à introdução das bio e das nanotecnologias, especialmente aquelas relacionadas à agricultura. Isso porque, apesar das semelhanças entre essas tecnologias contemporâneas, enquanto muitas organizações sociais se organizaram em torno de ações contrárias às biotecnologias, com destaque para a campanha “Por um Brasil livre de transgênicos”, não se verifica a mesma atuação em relação às nanotecnologias. Para compreender os motivos dessa disparidade foram realizadas entrevistas com alguns dos movimentos e organizações sociais que participaram daquela campanha. A conclusão da pesquisa apontou para o fato de que as organizações sociais pesquisadas possuem uma visão ambígua em relação à nanotecnologia. Outro destaque que explica a disparidade é o desconhecimento do tema que faz com que a nanotecnologia não seja considerada uma questão urgente em suas agendas de politização e luta.


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