Um herdeiro bastardo? Considerações sobre o debate racial na USP e sua influência na trajetória acadêmica de kabengele munanga

Viviane Angélica Silva

Resumo


Este trabalho considera alguns momentos da história de pesquisas sobre relações raciais na Faculdade de Filosofia da Universidade de São Paulo desde a sua fundação em 1934, primeiro na Sociologia, sobretudo com a chamada Escola Paulista de Sociologia e posteriormente na Antropologia. Com estas considerações, pretende-se situar institucionalmente a trajetória de Kabengele Munanga, cuja entrada no Departamento de Antropologia da Universidade de São Paulo (USP) decorre de uma complexa linha de sucessão, dando sequência à uma tradição de estudos sobre relações raciais na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da USP, iniciada por Florestan Fernandes na Sociologia. Sendo assim, a proposta deste trabalho é compreender como essas heranças delineiam a carreira acadêmica de Kabengele Munanga, primeiro e único docente negro da disciplina na USP há mais de trinta anos. Trazer a experiência do professor Kabengele Munanga na USP mostra-se relevante para refletir sobre os dilemas na sua história de conciliações e conflitos com a universidade, no sentido de ser um intelectual negro amplamente reconhecido no país, sobretudo por segmentos que discutem relações raciais, porém ambivalente e à margem no seu departamento, no que diz respeito à vivência acadêmica cotidiana.


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