Ordem da interação, embaraço e a agência do self na obra de Erving Goffman

Camila Penna de Castro

Resumo


Este artigo analisa a influência do estrutural-funcionalismo no pensamento de Goffman através da discussão de dois temas centrais em sua obra, “ordem da interação” e “embaraço”. O propósito é averiguar em que medida a presença da perspectiva estrutural-funcionalista tem implicações para a capacidade de agência que Goffman confere ao self. Isso é feito buscando se responder à seguintes pergunta: seria o papel do self apenas o de reproduzir as estruturas sociais mais amplas ou teria o self capacidade de produzir mudanças na definição da situação e na ordem da interação? Argumenta-se que há, na obra de Goffman, a possibilidade para a apreensão de um self dotado de maior agência, como em “Estigma” (1963), onde alguns indivíduos assumem identidades sociais que buscam definir a situação de forma menos estigmatizante para eles, conferindo outras interpretações (menos negativas) a seus estigmas na ordem de interação. Mas há também espaço para vislumbrar um self que apenas reproduz as convenções sociais ao “preencher” papéis em conformidade com a definição da situação convencional, o que o permite evitar situações de embaraço.

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