Análise do perfil dos alunos ingressantes na ufmg pela iniciativa do bônus sociorracial

Ernesto Friedrich de Lima Amaral, Alan Vítor Coelho Neves, Amanda Martins da Silva, Tairine Júnia de Góis Monteiro

Resumo


Este artigo teve por objetivo verificar se o perfil dos candidatos aprovados na Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi modificado após a implementação da política de bônus sociorracial. Nos vestibulares de 2009 a 2012, os inscritos que estudaram pelo menos os últimos sete anos em escola pública tiveram um bônus de 10% nos pontos totais obtidos. Para aqueles que estudaram em escola pública e que se autodeclararam negros, houve um bônus adicional de 5%, totalizando 15%. Foi desenvolvida uma análise de dados socioeconômicos coletados nos vestibulares da universidade, entre 2000 e 2010, pela Comissão Permanente do Vestibular (COPEVE). Procurou-se perceber se houve aumento significativo de estudantes provenientes de escolas públicas, levando ainda em consideração informações sociais, econômicas, familiares e cursos de escolha dos vestibulandos. Essa é uma discussão importante de ser realizada no contexto de implementação da lei de cotas do Governo Federal (Lei nº 12.711) de 2012. Verificou-se uma mudança no perfil dos ingressantes na universidade. Percebe-se que essa mudança ocorreu após a implementação da política de bônus, a qual facilitou a entrada de estudantes de condições socioeconômicas desfavoráveis na instituição. Esses são indicativos de que a política de bônus ocasionou o efeito desejado nos cursos mais concorridos, ao democratizar o acesso pelo vestibular.

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