A construção das ameaças e do inimigo nos discursos presidenciais norte-americanos (1993-2013)

Erica Simone Almeida Resende, Lucas Amaral Batista Leite

Resumo


O objetivo deste artigo é compreender de que forma pronunciamentos presidenciais constroem ameaças e inimigos em política externa. Tomando como base uma coleção de pronunciamentos do “Estado da União” que cobrem os governos Bill Clinton (1993-2001), George W. Bush (2001-2009) e Barack Obama (2009-2013), empregaremos técnicas discursivas para identificar as lógicas presentes na articulação de narrativas e representações de ameaças e inimigos em política externa norte-americana no pós-Guerra Fria. A análise dos discursos presidenciais permitiu não apenas compreender como são construídos os significados da identidade nacional norte-americana, como também perceber deslocamentos discursivos em reação a eventos como o 11 de Setembro e a crise de 2008. Em comum, todos os presidentes tentaram construir discursivamente a representação de um mundo em transformação, precário e sob constante situação de perigo, razão de serem sempre períodos excepcionais, nos quais o futuro da humanidade estaria diretamente ligado a como os Estados Unidos atuariam no mundo. Simultaneamente, o artigo faz um contributo ao debate sobre o nexo identidade/alteridade nas Relações Internacionais ao explorar como os discursos de construção de inimigos e de ameaças se prestam à legitimação de opções políticas em política externa norte-americana no pós-Guerra Fria.


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